As noites de domingo podem ser definidas como um verdadeiro duelo de titãs quando o assunto é televisão. As emissoras apostam alto na faixa de horário. Tanto que atrações de peso não faltam. A Globo aposta há décadas no “Fantástico“. O SBT tem seu maior ícone, Sílvio Santos, para brigar no Ibope. A Record contratou Gugu Liberato para liderar. Só que nos últimos domingos quem tem levado a melhor é a Rede TV!, com seu “Pânico na TV“.
O humor ácido da trupe comandada por Emílio Surita liderou a audiência nos dois últimos domingos por mais de 10 minutos. Uma façanha para uma emissora sem o cacife das outras como a Rede TV! A aposta, como sempre, tem muito de criatividade com velhas fórmulas, como belas mulheres desfilando seus corpos esculturais.
“Em um país onde todo mundo sabe a velocidade 5, 4, 3 do Créu, que criança dança na boquinha na garrafa? Tem um pouco hipocrisia aí.” A declaração é de Evandro Santo, o criador do personagem Christian Pior, do “Pânico na TV“, da RedeTV!. O ator conversou com o Famosidades sobre a polêmica que foi criada após a matéria na praia de nudismo ir ao ar na atração. Com Christian no comando, duas “paniquetes” tiraram a roupa toda durante a gravação. Os corpos esculturais e as poses megasensuais chamaram atenção dos telespectadores de plantão no domingo (4), e o programa ficou na liderança da audiência por 18 minutos. Para alguns, o quadro foi apelativo demais. Para Evandro, “o Carnaval é do mesmo naipe“.
No último domingo a Rede TV também conseguiu ficar à frente das concorrentes com a exibição da luta entre os integrantes do Pânico na TV, Bolinha [o produtor] e Claudinha Gadelha [lutadora profissional]. Na atração o produtor chegou a desafiar Rodrigo Escarpa, o Vesgo, a lutar box com ele. Vesgo aceitou o desafio e confessou que ficou surpreso. Mais um dos acasos do programa.
“São mulheres rebolando por horas. Então o que torna uma coisa vulgar ou apelativa? É um brilho a mais? Uma estrelinha aqui ou ali? O Brasil é um país sensual e de sexualidade. Acho a violência muito pior“, opinou o humorista.
Para Evandro, a situação toda é muito questionável. O que disseram muitos jornais e sites é que a matéria ficou apelativa demais. Evandro rebate: “Se eu tenho um controle remoto, eu posso mudar de canal. Não vou assistir ao que me agride, ao que me fazer sofrer. Agora, então, que todo mundo tem TV a cabo, são milhões de outros canais. Tem ‘Fantástico‘, tem ‘Programa do Gugu’, tudo no mesmo horário. Se a pessoa acha que é imoralidade, troca de canal. Eu tenho uma frase ótima que é a seguinte: o controle remoto é o caminho da felicidade“.
O ator ainda arriscou afirmar o que de verdade incomodou o povo da critica. “Foram os corpos esculturais das meninas, que são realmente lindas. Não é nem inveja, é um resquício de hipocrisia. Eu achei a matéria divertida. E não foi a primeira vez que o ‘Pânico‘ foi para uma praia de nudismo. No ano passado eu fiz com a ‘Mulher Samambaia’ [Danielle Souza]“, lembrou.
De fato, o que fez com que o caso obtivesse toda repercussão que teve foi o fato de bater a toda-poderosa Globo. O “Pânico” já é conhecido pelo humor ácido e totalmente “sem limites”, mas, como Evandro lembrou, não foi a primeira vez que a matéria foi feita.
Sobre os números da audiência, o criador do estilista Pior revelou que acompanha tudinho de perto. “Preciso ver o que está subindo, se o que eu estou fazendo está funcionando. Quem trabalha na TV não pode ignorar os números. TV é coisa séria. É um ofício. A gente está em um horário complicado, é preciso trabalhar firme para o programa continuar do jeito que é“, afirmou.
Na premiação do Vídeo Music Brasil, da MTV, deste ano, Evandro contou ao Famosidades que iria aparecer com personagens novos no “Pânico”. Será que algum já está pronto? “Ainda não. Eu até comprei uma câmera para mostrar para o Emílio algumas coisinhas. É legal já ter coisa diferente no final do ano, porque dá para aproveitar, é uma época cheia de coisa nova“, declarou, dando a deixa que algo pode pintar no final deste ano ou, no máximo, no ano que vem.
Sobre seu processo de criação, o humorista contou que o primeiro passo é mergulhar no mundo do personagem, para criar os outros elementos. “Eu penso como ator. Se vou fazer um pai de santo, penso no universo dele, na psique dele. Se vou fazer um repórter histérico, tento entender onde ele vive. É mais fácil de montar. O exterior vem fácil. Eu estou com sete personagens na fila da criação“, revelou.
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